COIMBRA TEM MAIS ENCANTO


Coimbra tem mais encanto na hora da Académica.
A Briosa fez jus ao seu lema, foi briosa, lutadora, assumiu o favoritismo do adversário e durante 95 minutos justificou a vitória.
Marcou, sofreu, pôs o autocarro quando se justificou, mas mereceu.
Pedro Emanuel é um dos treinadores que melhor sabe gerir o combate com os grandes. Foi assim com o Porto, o Benfica e agora com os leões.
O Sporting que fez uma época irregular, grande prestação na Liga Europa e sofrível internamente, demonstrou mais uma vez que se agiganta quando o adversário é o favorito e se encolhe quando lhe cabe a responsabilidade de comandar as operações como mais credenciado.
Os papéis inverteram-se e a humildade dos estudantes, com um defesa central (Cabral) e um guarda-redes (Ricardo) que chegaram e sobraram para a abolia leonina, foi o factor competitivo mais importante para que a Académica passados 73 anos leve a 2ª Taça de Portugal para a cidade dos doutores, recorde-se que a 1ª foi a da estreia da prova em 1939 contra o Benfica.
O marcador do golo foi o reflexo do jogo, David contra Golias, Marinho o mais baixinho entre todos os que jogaram no Jamor, marcou de cabeça, uma pedrada certeira no início da contenda da qual Golias jamais mais se recomporia.
Coimbra e a Académica fazem parte do espólio afectivo mais marcante de Portugal e tem adeptos em todo o mundo onde haja portugueses que passaram pela academia e não só. Os estudantes que têm um estatuto único, têm também uma mística única, mas ao longo do tempo foi empalidecendo pelo profissionalismo que a descaracterizou.
Pedro Emanuel e os milhares de estudantes nas bancadas, recuperaram esse imaginário que independentemente de ganharem ou perderem a final, a vitória já era deles. A garra suplementar que veio desse ambiente foi o tónico suplementar que lhes permitiu chegar à Tribuna e trazer a Taça.

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