A capitulação dos nossos vizinhos está à porta. Apesar da Espanha ser
uma das maiores potências da Europa e da zona euro não resistirá muito mais
tempo. A yeld das obrigações de Espanha a 10 anos roça os 6.7 % no mercado
secundário, muito perto da” red line”: 7 %.
O 3º maior banco espanhol em activos - o Bankia- necessita de 19 mil milhões
de euros para não afundar.
As previsões para um pacote de assistência para3 anos, são de 300 mil
milhões de euros. Um número colossal comparado com a Grécia e Portugal, mas
minúsculo para a Itália quando esta lá chegar.
O trajecto da crise continua no seu percurso estratégico: abate dos mais
pequenos do euro; “sound bite” de pânico para o lançamento de políticas de
austeridade desenfreadas; ataque aos mais fracos dos mais ricos e por fim a
expulsão de membros e a refundação da zona euro, como os liberais a pretendiam
no início: os comboios a 2 velocidades.
O poder financeiro na Europa está na mão dos homens que passaram pelo
Goldman Sachs e outros bancos americanos, tanto nos governos, como nas
instâncias comunitárias.
A submissão do poder político ao poder económico muito criticado pelos
puristas, é o dia-a-dia dos portugueses, gregos, espanhóis e muitos outros.
Para se combater a oligarquia do capital é preciso uma condição de vida
incompatível com a do século XXI. Fidel de Castro foi o último dos moicanos e mesmo
assim sacrificando os cubanos até à exaustão – Cuba é óptima para os turistas,
mas muito difícil para os residentes.-
Sem dinheiro, nem fábrica para o fazer, os países pobres do euro dependem
das esmolas, venham elas de onde vierem, FMI, BCE ou de casa de penhores mais
sofisticadas. Essa é a nossa situação: suplicar a uns para pagar a outros, o
que resta para a economia e para atacar o desemprego são migalhas…