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O JRW é um blogue que está vocacionado para a ironia, o divertimento sem pretensões, a mordacidade sem ofensa. Pontualmente fazemos incursões por temas, que pela sua seriedade, não nos motivam a gracejar.
                   CHOVE EM LISBOA... 
O estado em que o país se encontra, completamente destroçado nas suas linhas essenciais: política-economia-justiça- educação-cultura, justifica uma reflexão, ainda que superficial e aligeirada. A desorientação colectiva que se vive, é de tal forma avassaladora, que a sociedade que no seu conjunto é a nação, está completamente confusa, não consegue discernir quem são os sérios e os oportunistas, os que acrescentam e os que delapidam. A intoxicação atingiu um tal ponto, que até os próprios órgãos da comunicação social, que deveriam ser os provedores dos cidadãos e das causas justas, surgem perante a opinião pública, como uma peça também ela, corroída como todas as outras, ao serviço de interesses conjunturais e sem isenção. As excepções só servem para confirmar regras.
A desmoralização e a desconfiança são visíveis no dia a dia, em todas as manifestações do viver social: nas empresas; nas escolas; nos hospitais; nos tribunais; etc. Os dirigentes públicos têm imensas dificuldades para se fazerem respeitar, restando-lhes o poder da coacção; nas escolas, a disciplina está limitada aos colégios caros, pois nos públicos, os interesses corporativos dos professores, destruiu o que lhes restava de reserva moral. Qualquer intervenção de um político, é sempre escarnecida e avaliada nunca pelo que propõe, mas a quem vai beneficiar e o que poderá estar nas entrelinhas. A sociedade percebe que de uma forma cada vez menos subtil, o dinheiro comanda tudo e todos, até a dignidade. O poder é sempre visto como o exercício legitimado, de conceder benesses a grupos restritos, sob a capa do bem social. O desporto nacional, particularmente o futebol, é um dos melhores meios de acasalar a corrupção com o sucesso. O mérito, dificilmente é factor de notação, apenas os interesses ocultos foram a razão da conquista.
A autoridade moral das elites perdeu-se, por culpa delas mesmo. As elites não são resultado da triagem dos melhores, são resultado do tráfico de influências, que com os anos se foi desmascarando, pelos actos, pelas incompetências e pelas desonestidades, levando tudo a reboque. A disciplina de voto no Parlamento, é o sinal mais evidente que o poder, seja ele qual for, dá de iniquidade e de desprezo por  si próprio.
Este clima de auto-destruição, em que os portugueses foram lançados, em que os genes da esperança foram subalternizados pelos do fatalismo, não se vence com apelos mais ou menos idiotas, sejam eles de personalidades, que também se incluem nos responsáveis pelo estado em que nos encontramos  , seja de outros bem falantes, ditos «opinion makers». A reversão deste estado de desalento colectivo, precisa de algo mágico, de líderes diferentes, de um corte radical com figuras que insistem e persistem, como se o protagonismo fosse vitalício. Gente nova com inteligência, capacidade de liderança, formação técnica, humanismo, seriedade e que acima de tudo sejam patriotas. O país precisa de acreditar, precisa de condutores dignos, que neles se revejam. O país está triste e doente. Chove em Lisboa….

2 comentários:

  1. Gostei, tens o meu voto.

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  2. Meus amigos parabéns pelo artigo.É esta infelizmente a realidade que temos e digo mais, além de chover há muita trovoada.PARABÉNS!!

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