TINTA INVISÍVEL

         

          
M16 SS INGLATERRA
A revelação dos serviços secretos britânicos M16, de que durante a Primeira Guerra (1914-1918), o sémen humano foi usado como tinta invisível para passar mensagens secretas e escrever outros documentos importantes, provocou grande estupefacção no mundo inteiro, mas como é óbvio, não ao JULIUS RIMANTE, que tem nos seus arquivos muita documentação escrita com a utilização daquele tipo de tinta.
Com a chegada do CSI MIAMI e quejandos, com a utilização daquelas raquetes que emitem uma luz cor de rosa, o secretismo perdeu-se, mas continua a ser usado em muitas situações em que é absolutamente necessário manter invisível os caracteres.
Falamos reservadamente com um especialista dos serviços secretos portugueses, o M69, que nos elucidou sobre o método de aquisição da tinta e respectivas aplicações . Também auscultamos um fornecedor de tinta invisível, que deu a sua opinião sobre o momento actual do negócio.
Coronel Simões
P- Coronel Simões (pseudónimo, ou nickname, como agora se diz)- Em Portugal também se utilizou a tinta invisível (sémen) em operações militares?
R- Com muita frequência. Os serviços de informações e de comunicações, sempre utilizam o método, pois é mais seguro que as criptografias. É fornecido a cada membro desses serviços uma caneta especial, com vários diâmetros, para carregamento directo por parte do  redactor, que em princípio deverá ser o dador. Por vezes o tipo de mensagem é muito extensa, caso de ameaças de atentados, ou perigo para a segurança nacional, o que implica que sejam utilizadas as canetas indiscriminadamente, sem haver preocupação se o dador e o redactor é o mesmo. Deverão ser evitados contactos directos da tinta com a pele.
Canetas de enchimento
P- Coronel, as mensagens como se conseguem visualizar?
R- Através de um sofisticado método, que utiliza o olfacto. Correndo o documento, há especialistas que através do cheiro conseguem detectar letra a  letra e por fim cada palavra que compõe a mensagem. É um trabalho muito delicado e que requer muita paciência.
P- O papel da mensagem é o papel usual?

R- Não pode ser um papel pouco poroso, o ideal é o tipo papel custaneira, ou o vulgar papel de cartucho, conserva melhor a “tinta” e é mais fácil para os decifradores, ou decifradoras, pois utilizamos senhoras nessa missão, têm um olfacto mais apurado. Tivemos casos em que umas das nossas melhores técnicas, com uma simples olfactação, decifrou de imediato 2 páginas de mensagem secreta.
Depois de ouvir o Coronel Simões, falamos com um conhecido  fornecedor de sémen, para utilização na escrita.
José Seminário
P- Sr. José Seminário, o senhor exerce a actividade de fornecedor de sémen para escrita, há quantos anos?
R- Exactamente, tenho cerca de 55 anos e estou no negócio há mais de 35. Perfeitamente regular, pago os impostos e desconto para a segurança social.
P- É uma actividade original...
R- Agora há essa concorrência miserável dos inseminadores, que trouxeram o negócio para a praça pública. Sempre foi um negócio muito discreto. Eu enchia 5 a 6 canetas por dia, com a ajuda da minha mulher e amigas dela, Tinha um empregado para as entregas, pois eu não podia sair, como deve compreender. Os clientes eram de diversas áreas, banqueiros, notários, membros de governo, muita gente importante, que pretendia que as suas mensagens chegassem ao destino invioláveis. Agora a clientela resume-se a agentes do futebol, alguns autarcas e pouco mais.
Recipientes de conservação
P- Continua a encher as 5 canetas?
R- É evidente que não, a capacidade de produção está muito reduzida, a minha mulher e as amigas também já não têm a mesma eficiência  no auxílio à organização. Mas como o mercado reduziu muito, encho 2 por semana, para clientes que são fidelizados à empresa. Mas estou a tratar da pré-reforma.
P- Sempre viveu dessa actividade?
R- Sem dúvida, eu e as 6 pessoas envolvidas: 1  mulher, 3 amigas,1  empregado para as entregas e 1 administrativo.
P- Como vê o futuro?
R- Na minha forma de pensar, estão a destruir a escrita semineira, que é uma actividade nobre e de prestígio. Fornecer tinta invisível para escrita 
Recipiente de recolha
secreta, é um trabalho que requer grande responsabilidade, dedicação e uma vida sem exageros, pois caso contrário, a qualidade e a quantidade da tinta vai definhando. A minha clientela foi sempre servida com honestidade, nunca misturei nada, nem de ninguém, foi sempre da minha produção. Sempre existiu gente desonesta, que não tendo produção própria para o negócio, adquiria a terceiros, sem qualquer tipo de garantia de qualidade. A minha empresa está certificada há mais de 10 anos e é auditada todos os anos. Sempre se cumpriu o manual de qualidade.
Foram estes os depoimentos que o Rimante recolheu  junto de um membro dos serviços secretos e de um fornecedor de sémen para escrita.

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