Inscritos nos Centros de Emprego há cerca de 300 mil desempregados sem
subsídio, acresce 350.000 que são beneficiários de prestações de desemprego.
Fora das estatísticas os que já não procuram emprego e já não se registam,
devem ser entre 200 a 250 mil. O maior flagelo económico e social que esmaga a
coesão de um país, em Portugal deve estar a afectar cerca de 900.000
portugueses, caminhando para1 milhão.
Este bater de tecla é mais um desabafo de um desânimo que um grito de
revolta.
Ao Estado compete estabelecer políticas que promovam a criação de
emprego, mas voltadas para o mercado empresarial e não substituir-se a ele como
empregador. O excesso de funcionários a cargo do orçamento não faz crescer a
economia e agrava as finanças públicas.
O mercado privado terá de ser a mola do crescimento, produzindo bens e
serviços transaccionáveis e como resultado o criador de emprego por excelência.
A quadratura do círculo está na compatibilização desse objectivo com a
descapitalização da maioria das empresas, a dificuldade no crédito e a quebra
no consumo.
O investimento em actividades ou negócios que subsistam pelo consumo
interno são de elevado risco nos próximos anos. Há uma janela de oportunidade
nas áreas que substituam importações e nas que operem no segmento exportador,
mesmo que não directamente, o vulgarmente designado como outsourcing, mas aqui
a construção de um mercado demora anos até solidificar relações que permitam
alavancar o investimento com segurança.
Esta encruzilhada agravada pela vocação do Governo direccionada em
exclusivo para o controlo das contas públicas, está a desorientar a economia e
a dinamitar a réstia de confiança do país.
A Política subalternizou a Economia e ela vingou-se atrozmente, reduzindo
os gurus dos partidos a simples guarda-livros, que se limitam a fazer contas de
somar e subtrair. As promessas do antigamente recente, deram lugar a anulação
de todas as encomendas de que ainda se foi a tempo: TGVs, aeroportos, aviões,
escolas, hospitais, estradas e até museus.
Perguntar-se-á, mas ninguém conhecia as contas? Uns prometiam, outros
pediam emprestado e outros inauguravam. Pelos vistos do pagamento ninguém sabia…só
os credores.
Nesta imundície de gestão foram-se criando centenas de milhares de postos
de trabalho suportados em empréstimos para actividades que não criavam riqueza
sustentada. Desmontado o logro, tudo ruiu como um castelo de cartas e as
vítimas estão nas pousadas dos Centros de Emprego à espera de melhores dias.
Enfim…
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