O futebol vale o que vale e hoje nada tem a ver com desporto. É uma
indústria que se serve de uma forte componente emocional e irracional para mascarar
o objectivo comum à maioria dos grandes clubes: ganhar dinheiro e sustentar um
entourage com rendimentos absolutamente fora do contexto económico. Os
rendimentos de administrações, direcções, corpos técnicos e outros, só têm
semelhança com banqueiros e gestores de grandes empresas. Isto passa-se em
Portugal e praticamente em todo o mundo.
A guerra das tribos que são os clubes, branqueia os disparates das
administrações desde que ganhem. No futebol campeia a máxima de Maquiavel: “os
fins justificam os meios”.
Tudo isto a propósito do asco que dá ver e ouvir os treinadores dos
maiores clubes portugueses: Porto e Benfica. Se fossem levados à letra, ganhavam
os jogos todos excepto aqueles em que foram prejudicados pelos árbitros.
O inenarrável Vítor Pereira do Porto, perdeu um jogo para a Liga com o
Benfica e teve o desplante de invocar a arbitragem, fazendo tábua rasa do erro
grosseiro no jogo duas semanas antes em que o Porto venceu em Lisboa com um
golo em nítido fora de jogo. A derrota é sempre imposta por terceiros, a
vitória uma conquista própria. Um disparate pegado sempre que o homem fala para
a comunicação social e a treinar não parece melhor…
O ai Jesus não lhe fica atrás, naquele seu português cheio de
contracções e formas sincopadas, é sempre vítima dos apitos, quando é
beneficiado… nunca teve oportunidade de ver.
Arrogância quanto baste na forma como se dirigem aos jornalistas nas
conferências de imprensa, nenhum deles tem categoria nem estatuto que lhes
permita imitar Mourinho, mas os jornalistas de hoje nada têm a ver com a classe
de outros tempos, são dóceis, submissos e sujeitam-se à agressividade de indivíduos
que vivem do protagonismo mediático.
Ambos desvalorizam os adversários, são incapazes de dar mérito aqueles
que lhes causam engulhos, se tal aconteceu foi porque houve intervenção
externa, nunca por nunca a humildade de reconhecer o melhor desempenho do outro
lado.
Quem gosta de ver futebol tem de suportar este nojo de actores.
Se amanhã trocarem de clubes, passam a dizer o mesmo, apenas mudam o
alvo.
Grandes treinadores em toda a sua dimensão, passaram por Benfica e
Porto, Erickson, Trapattoni, Vilas Boas, Ivic, Artur Jorge entre outros, mas eram
uns gentlemen na sua função.
O que temos hoje é um duo de descamisados sem classe, independentemente
da capacidade técnica que possam ter. Sir Alex Ferguson pertence à classe, mas
o único traço comum com aqueles dois é só um…a bola.
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