ECONOMIA

            Ataque suicida contra edifício das finanças


Em Austin, no Estado do Texas, um homem despenhou o próprio avião contra um edifício das finanças. Horas antes, tinha ateado fogo à sua casa.
Esta manhã, um cidadão ateou fogo à própria casa, conduziu até a um pequeno aeródromo local, entrou no seu pequeno avião, que, minutos depois, despenhou contra um edifício de sete andares, numa cidade do Texas, propriedade do serviço estadual de finanças.
O indivíduo deixou uma nota de suicídio de seis páginas. Nela explica os seus problemas com o IRS.

A notícia que surpreendeu os meios oficiais de vários países, provocou também em Portugal preocupações, perante a provável ocorrência de ataques a Repartições de Finanças.
O ataque kamikaze do cidadão, pode inspirar contribuintes descontentes a cometerem atentados do mesmo calibre, que depauperariam ainda mais o já débil erário nacional.
Os organismos oficiais cadastraram já os proprietários e utilizadores de aeronaves, concluindo que os potenciais atacantes mais perigosos são os pilotos da TAP.
Há muito poucas aeronaves propriedade de particulares, pelo que a probabilidade de ataque é pouco relevante.
O Ministério das Finanças, deu ordens expressas para a proibição de voos nas zonas de localização das Repartições, bem como movimentos de navios na periferia dessas instalações.
Perante a possibilidade de alguns contribuintes poderem atacar as Repartições com viaturas armadilhadas com bombas de deflagração retardada, foi também determinado criar uma protecção em redor das Repartições, com sacos de areia, arame farpado e instalação de baterias anti-aéreas nos terraços dos serviços.
O acesso às Tesourarias, só é autorizado a contribuintes devidamente identificados com um cartão de acesso, que só será concedido a cidadãos sem qualquer incidente fiscal. O MF prevê a concessão de apenas 45 cartões deste tipo para todo o país. Os restantes contribuintes vão estar sujeitos a um rigoroso controlo de entrada nas Repartições, que passa por uma revista geral.
Junto de uma Repartição de uma cidade do interior, ouvimos alguns contribuintes, que nos confidenciaram debaixo de anonimato:

«Está bem….está bem….não adianta nada esses controles todos, vamos rebentar com esses antros de roubalheira….»
«O que é que gajos estavam à espera? O IRS, o IVA e o resto, tudo para quê?...sim para quê????...para se governarem….para a pouca vergonha que se lê todos os dias????»

«A gente não tem aviões, mas que essas casas assombradas vão pelos ares….ai não que não vão….aviões pra quê???? ataca-se com os bois, vacas, à cacetada e depois fogo naquela merda toda….»

Numa Repartição de um bairro da cidade do Porto, assistimos a uma concentração de contribuintes, que também não tinham palavras muito elogiosas….

«Até dá vontade de rir esses controles……o problema foi ter aparecido o primeiro herói, agora vai ser uma corrente de mártires, por todo o mundo...»

«Eu avião não tenho, apesar de que o que estes gajos me sacaram, dava até para um Airbus, mas ó rapazes, tenho lá umas gruas que sobraram da penhora da minha empresa, que é só meter o camartelo, vai tudo arrasado…»
«Estes gajos são tolos, controle para quê???? quando meter 3 granadas lançadas do tasco em frente, vai parecer o fogo preso do Senhor de Matosinhos…»
«Em homenagem ao mártir, vou com um Austin 1000 velho que lá tenho, carregadinho de dinamite, que é que adianta os sacos de areia???? O estouro é de tal ordem, que a areia vira cimento armado….»
«Para ladrão, ladrão e meio, o mártir sacrificou-se por uma causa justa, deu a vida pela liberdade, contra os opressores, esses reparticionistas e tesoureiros, que são uma clique de assaltantes protegidos. Chegou o momento da libertação, se tivermos de morrer, seremos o exemplo para os mais novos e por cada um que sucumba, dois novos anti-finanças renascerão….»
«A borrasca vai começar, o pior foi ter aparecido 1 que deu a vida, outros o seguirão, numa corrente sem fim, que só terminará no dia em que as Repartições e Tesourarias, desapareçam da face da terra...»
«Vem aí o 25 de Abril das Repartições, não vai ser a revolução dos cravos, mas sim a revolução contra os cravas….»
«Quem não tem avião, caça com o que tem à mão….»
«Deixem lá estar as Repartições e as Tesourarias, que são um pedaço do nosso Portugal, que contribuem para o progresso do país» clamava um indivíduo que é beneficiário do rendimento mínimo e que contrariava o clima geral .
E foi este o quadro de depoimentos que recolhemos junto da opinião pública anónima, que evidencia na sua maioria, um nítido mal-estar e que promete ataques de grande envergadura às Repartições e Tesourarias de Portugal.

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