O JRW, sempre atenta à actualidade, publica em rigoroso exclusivo para Portugal, a entrevista da CBS, no programa 60 Minutos, ao Ministro das Finanças.
Governo estuda reforma aos 87
O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) pode prever subida da idade de reforma. Uma medida para acelerar o equilíbrio das contas públicas.
O título que encheu as páginas dos jornais portugueses, criando um clima de perplexidade nos cidadãos deste país, motivou a entrevista ao Ministro das Finanças do governo lusitano.
P-Dr. Tantos, a informação publicada pela imprensa portuguesa, reflecte realmente a estratégia do governo implícita no PEC ?
R-É evidente que o nosso objectivo era mais arrojado, pretendíamos propor o limite mínimo para os 97 anos, mas pensamos que devemos seguir esse caminho gradualmente, sem causar grandes perturbações no sistema.
P- Mas a perturbação já aí está….
R- Sim, é verdade, mas são movimentações corporativas….
P- Corporativas ????
R- É evidente, que os lares da 3ª idade, as casas de repouso para aposentados, o sector da restauração, organizadores de excursões para pensionistas, entre outros, perdem uma fatia dos seus negócios, mas nós não servimos interesses corporativos, apenas o bem estar da maioria. É absolutamente legítimo a maioria querer ir para a aposentação o mais tarde possível, mas só agora nos é possível prolongar a vida activa. É com muito orgulho e satisfação, que este governo se associa a essa vontade da maioria dos portugueses de prolongar a vida activa até à exaustão. Vida em acção até aos 87 anos, é uma meta que podemos oferecer, sem pôr em risco as contas nacionais, se a recuperação económica se concretizar como esperamos, a partir de 2015, prolongaremos o limite mínimo para os 90 anos.
P- Mas, não é quebra de um compromisso com os eleitores ?
R- O PS não se comprometeu a prolongar a vida activa dos portugueses até aos 90 anos, o que propusemos no nosso programa, é que faríamos todos os esforços no sentido de a alargar até aos 87. Estamos a cumprir. Apenas ficarão de fora os políticos, considerando a opinião geral, de que quanto menor for a sua vida activa, melhor será para a sociedade em geral. Também aqui agimos contra as corporações, que pretendiam que a idade de reforma dos políticos, autarcas e deputados fosse também diferida. Não recuamos, a classe política manterá o sistema actual, que se resume a cerca de 8 anos de vida activa e de seguida a aposentação. Não pactuamos com alterações que seriam mal compreendidas pelos cidadãos.
P- Mas o rejuvenescimento do mercado laboral será penalizado, o que pensa ?
R- Não é verdade, pelo contrário, considerando que a vida activa se prolongará até perto dos 90 anos, aos 60 o trabalhador é um jovem com mais 30 anos de vida activa pela frente, o que naturalmente terá efeitos benéficos na sociedade de uma maneira geral. Um anúncio para contratação de um técnico, por exemplo, naturalmente pedirá um colaborador jovem, na faixa etária compreendida entre os 25 e os 60 anos para a ocupação do respectivo posto de trabalho. Abre-se uma janela de oportunidades até agora injustamente discricionária, apenas pela razão de que a vida activa se concluía aos 65 anos.
P- O alargamento da idade da aposentação, prejudicará muitos portugueses que estavam já a organizar o seu tempo de jubilado.
R- Como é óbvio, não nos foi possível enquadrar todas as situações, mas estamos abertos a que qualquer cidadão prestes a ser aposentado, que nos reclame da mesma, estudaremos a possibilidade de prolongar a vida activa, sem direito à reforma, como é evidente.
Emitiremos um cartão identificativo de cidadão idoso com vida activa, com várias vantagens, tais como: reduções nos preços de viagens para o Irão, Afeganistão e Coreia do Norte, na compra de viaturas acima de 200.000 euros, alojamento em hotéis no Dubai e nos países antes citados, livre trânsito para entradas nos museus e nas urgências hospitalares. É um pacote bastante completo, que naturalmente pretendíamos mais ambicioso, mas o momento não permite ao governo ir mais longe, talvez se possa prolongar os descontos nas viagens para a Patagónia, mas isso ainda está em estudo.
P- O Sr. Ministro denuncia um discurso muito optimista, mas a opinião pública reflecte exactamente o oposto, um descontentamento geral, com a perda de benefícios adquiridos.
R- A imprensa hostil faz eco dessa opinião, mas é normal que em democracia e com a liberdade de expressão que todos conhecemos, que não se possa a agradar a todos. O nosso desígnio foi chegar à maioria, sem perder de vista os direitos das minorias. A grande parte dos portugueses recebeu a notícia com grande regozijo, o prolongamento da vida activa até perto dos 90 anos, continuando a trabalhar e a descontar, sempre foi um anseio da esmagadora maioria do povo português, concretizámo-lo agora, sem cedências aos oportunistas que pretendiam englobar os políticos nesse alargamento, como já atrás citamos.
P- Mas não teria sido mais justo, não aplicar recursos nos bancos que deveriam ter falido e que consumiram os recursos de muitos contribuintes trabalhadores e que não foram chamados às decisões, mas sim às contribuições ?
R- A solidariedade nacional obrigou a isso, a falência dos bancos que refere, foi resultado de erros de trabalhadores bancários e banqueiros.Como atrás eu disse, o nosso objectivo é melhorar as condições da maioria, mas com respeito pelos direitos das minorias. Acorremos a esses bancos no propósito de defesas dessas minorias. Os trabalhadores do país, compreenderam essa filantrópica acção do governo, renovando o seu mandato e caucionando as suas medidas. O prolongamento da idade de aposentação vai no seguimento dessa política, pretendemos que a experiência de muitos portugueses com mais de 80 anos , se faça sentir na gestão das empresas públicas e bancárias. Evitar que de futuro se possa repetir a loucura de alguns, que todos vamos pagar.
P- Para finalizar, está prevista a redução do valor das reformas ?
R- É natural que tal venha a ocorrer, sabemos que a maioria do país pretende uma redução das reformas, considerando que os gastos na velhice são menores, mas não alinhamos com demagogias, se tal vier a ocorrer, será nas reformas abaixo de 2.000 euros, pois nas superiores, o governo entende que os beneficiários não podem ser penalizados no seu rendimento, atendendo a que são os pensionistas que mais viajam e consomem, pelo que poderia ser um entrave à recuperação económica.
por deferência da CBS-60 Minutos
para JULIUS RIMANTE WORLD
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