-JORNALISMO DE ANTECIPAÇÃO ONLINE juliusrimante@sapo.pt-Fundado em 03/07/2008-Director: Toni Roma-Porto-Portugal(-A notícia antes da ocorrência-)
EU NÃO SOU GAY
Sei
que vou escandalizar muita gente por esta revelação, sei que amigos e amigas
minhas vão ficar boquiabertos, mas já não suportava mais esta confidência que
me roía todos os dias por não ter a coragem de a revelar.
Vencida
a cobardia, quero-vos dizer que estou orgulhoso de não ser gay e não sê-lo foi
um dos maiores presentes que Deus me deu.
Sei
que hoje apesar de fazer parte de uma minoria, que para cúmulo é silenciosa, (só
ouvimos declarações públicas dos que são gays), não posso deixar de transmitir
uma mensagem de encorajamento para que outros me sigam e percam a vergonha de
se assumirem publicamente.
Sei
que vamos ter muitas incompreensões, muitas vezes desprezados em meios sociais,
festas, convívios e restaurantes fashion, mas nada disso nos deve demover de
assumir uma tendência a que temos direito e para a qual não manifestamos
vontade- foi natural desde que nascemos- e por muito que nos tentassem
pressionar, resistimos com tenacidade e sem fraquezas.
Sei
que não é a mesma coisa tocar num belo rosto de mulher, beijá-la e fazer-lhe a
corte, que fazer festas num barbudo, mas não importa, somos assim e temos de
lidar com isso.
Sei
que não é a mesma coisa sentir a pele de umas belas pernas de mulher bem
depiladas, oleadas num perfume agradável, desde o dedo do pé até à coxa, que as
pernas peludas de um cidadão, mas não adianta, somos assim, temos de o aceitar
e fazer com que os outros nos aceitem.
Sei
que umas belas nádegas de uma mulher, com uma silhueta a lembrar a IP4, não são
a mesma coisa que o rabo de um garboso gay, mas paciência é o nosso gosto.
Sei
que dançar com uma bela mulher, exalando um aroma pessoal único, sentindo-lhe o
corpo e o arfar, não é a mesma coisa que encostarmos a cara a um barbudo e acariciarmos-lhe
o cabelo num cafuné extasiante, mas não temos outra solução, porque é daquilo
que gostamos.
Sei
que despir uma mulher no momento em que a tentamos ter, tirar-lhe os sapatos de
tacão alto, cheirá-los, passar as mãos nas pernas num movimento pausado, mas
sempre ascendente, chegar ao ligueiro e que ansiamos que não tenha um stop, não
é a mesma coisa que apalpar o barbudo, sacar-lhe os sapatos bicudos 45, sentir
as Levi´s e desapertar-lhe o cinto, mas que havemos de fazer? Somos como somos
e é tarde para mudar.
Sei
que ter uma mulher e fazer amor frente a frente, olhando-a nos olhos e sentir o
prazer, não é a mesma coisa que virar ou ser virado pelo barbudo, num combate
com as mesmas armas, mas Deus fez-nos assim, não há que ter vergonha.
Sei
que o mundo está a mudar e muda tanto, que é natural que um dia, como dizia o
meu amigo Hernâni Gonçalves, ouçamos da populaça ao passar numa rua da cidade “coitado,
aquele gosta de mulheres”.
Até
lá há que lutar sem desfalecimentos e com coragem assumirmos o que eu próprio
hoje assumi e aqui vos dou a conhecer publicamente. Eu não sou gay.
JORGE
GUIMARÃES –OUT/2014
(Assinatura
reconhecida)
O JULGAMENTO
A
vida tem momentos que nos faz desconfiar do princípio da conservação da
matéria:
"Na
Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."- Lavoisier
(1743).
Lembro-me
que há cerca de 40 anos a fé de cada um ia-se reforçando na razão directa da
idade. O temor do Julgamento Final que se aproximava, impunha cautelas
acrescidas. As missas retratavam isso e muitos idosos assistiam a 3 e 4 por
dia, com confissões diárias que os padres se cansavam de ouvir, pois os pecados
não conseguiam acompanhar tanta contrição e penitência. Naquele tempo e penso
não me enganar muito, se disser que hoje também há muitos que assim agem,
fazia-se um “task force” final, para
projectar uma eternidade com qualidade.
Era
na idade da reforma que se começava a tratar a sério da dita salvação.
Não
sabemos nada sobre se o método tem algum sucesso. Se o tal Julgamento existe e
se vai tomar em consideração esse esforço, particularmente nos casos em que os
arrependidos, levaram uma vida de farta-vilanagem durante 40 ou 50 anos e
depois nos 5 finais, viram santos. Tenho dúvidas, muitas dúvidas, acho mesmo
que essa hipocrisia vai contribuir para o agravamento da sentença. Como também
nunca fiquei muito convencido que uma confissão seguida da extrema-unção seja
um “free-pass” para o camarote
celestial. Isto de arrependimentos nos minutos finais, é o pânico de se não
saber o que está para lá da cortina que separa a vida da morte e a malta na
dúvida evidentemente diz e faz o que for preciso.
Se
pensarmos que há tanta gente a acreditar no oposto do que acredita um católico;
tanta a gente a acreditar que corpo e espírito são indissociáveis e começam e
acabam ao mesmo tempo; tanta gente a acreditar que o corpo morre, mas o
espírito vai para uma quarentena até voltar a reencarnar; tanta a gente a
acreditar que Deus não existe, porque a matéria existiu sempre; tanta a gente a
acreditar em tanta coisa diferente uns dos outros, mas com a convicção que a
Verdade é a deles, que racionalmente é legítimo concluir que a Verdade não
existe.
Mas
se por hipótese que a razão não conhece, a Verdade existir, pondo a descoberto
as contradições das outras verdades, o Julgamento não será pelas crenças, fés,
convicções ou o que se lhe queira chamar, será feito por cada um a si próprio.
E esse sim será o momento da Verdade.
jg/out/2014
CIÚMES DE MORTE
O
que leva um pacato cidadão na casa dos 50 anos, com formação superior, com uma
família aparentemente e na opinião dos vizinhos feliz, a assassinar à facada a
mulher, a filha mais velha de 16 e deixar a mais jovem com 13 às portas da
morte?
Não
foi em Chicago ou em Caracas, foi em Soure perto de Coimbra.
Motivos
passionais, é a justificação, ou seja foi resultado de uma discussão alimentada
por ciúmes.
Quando
chegou a polícia, o actor que estava fechado no quarto, pedia que o matassem.
Ciúme é "a reacção complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à
sua qualidade." . Provoca o temor da perda e envolve
sempre três ou mais pessoas, a pessoa que sente ciúmes - sujeito activo do
ciúme -, a pessoa de quem se sente ciúmes - sujeito analítico do ciúme - e a
terceira ou terceiras pessoas que são o motivo dos ciúmes - o que faz criar
tumulto. (psicólogos israelitas Ayala Pines e Elliot Aronson).
Esse sentimento apresenta carácter instintivo e
natural, sendo também marcado pelo medo, real ou irreal, vergonha de se perder
o amor da pessoa amada . O
ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro e/ou em si próprio e,
quando é exagerado, pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão
(psicóloga clínica Mariagrazia Marini) -Wikipedia.
Tragédia
indescritível, com violência brutal, que desfez em minutos um quadro construído
durante anos com cumplicidades e afectos.
O ciúme é o mais
comum e abjecto sentimento que connosco convive diariamente, seja como sujeito
passivo do ciúme dos outros, ou como usufrutuário do ciúme sobre outros.
Não é só nas
relações amorosas, na actividade profissional, na política e no dia-a-dia de um
modo geral, é comum o acesso de ciúmes pela maior ou menor atenção com que os
líderes tratam diferentes colaboradores, ou na perda da auto-estima destes por
se se sentirem ostracizados em detrimento de outros.
Como dizem os
psicólogos é o pânico da perda. A patologia pode vir a seguir, como aconteceu
com o engenheiro de Soure.
O que se passa é a
irracionalidade do sentimento, que em última instância vai determinar que o
resultado seja exactamente aquele que pretendia evitar: a perda.
É demasiado
simplista limitar o tema ao “guilty” do crime. Estas ocorrências que cada vez
são mais frequentes, com pessoas sem antecedentes comportamentais que a tal
conduzissem, deixam-nos perplexos e sem uma lógica que nos alivie a incompreensão.
Pedir para o matar,
sem que tivesse a coragem do suicídio, é como procurar a expiação por mãos
estranhas. A vida da família deste ex-pacato engenheiro acabou num ápice, a mãe
e uma bela filha adolescente sucumbiram em segundos a golpes de facada, o que
por si ainda é mais tenebroso. O Diabo esteve em Soure e deixou marcas de ferro
e fogo.
São momentos destes
que nos fazem pensar que se Deus existe, distraiu-se.
INFORMÁTICA PRESIDENCIAL
- Está
lá? Nuno? É o Cavaco Silva. Oh, pá, ajuda-me aqui, porque o meu curso de
informática foi tirado na Independente e o professor faltava muito. Comprei um
computador, mas não consigo entrar na Internet! Estará fechada?
- (Nuno Crato) Desculpe?
- Nuno,
aquilo fecha a que horas?
- O Sr. Presidente, meteu a password?
- Sim!
Quer dizer, copiei a do Passos.
- E não entra?
- Não,
pá!
- Hummm... Deixa-me ver... Qual é a password
dele?
- Cinco
estrelinhas...
- Oh, Sr. Presidente! (...dasssss...).Bom,
deixe lá isso agora que eu depois eu explico-lhe.
E o resto, funciona?
- Também não consigo imprimir! O computador
diz: "Canote"... pera... Deixa cá pôr os óculos, - "Canote fainde printer”! Não percebo, já levantei a impressora,
pu-la mesmo em frente ao monitor e o gajo sempre com a porra da mensagem, que
não consegue encontrá-la!
- (...dassss...). Vamos tentar isto: desligue
e torne a ligar e dê novamente ordem de impressão.
Cavaco Silva desliga o telefone. De seguida
torna a ligar ao Nuno Crato...
- Nuno,
já posso dar a ordem de impressão?
- Porque é que o Sr. presidente desligou o
telefone?
- Eh, pá! Foste tu que disseste, estás doido
ou quê?
- (...dassss...).Dê lá a ordem de impressão, a
ver se desta vez resulta.
- Dou a ordem por escrito? É um despacho
normal?
- Oh, Sr. Presidente... Eh, pá! esqueça!...
Vamos fazer assim: clique no 'Start' e depois...
- Mais devagar, mais devagar! Não sou o Bill
Gates...
- Se calhar o melhor ainda é eu passar por
aí... Olhe lá, e já tentou enviar um e-mail?
- Eu bem
queria, Mas tens de me ensinar a fazer aquele circulozinho em volta do 'a'.
- O circulozinho... pois!... Bom... vamos
voltar a tentar aquilo da impressora.
Faça assim: comece por fechar todas as
janelas, Ok?
- Espera
aí...
- Sr. Presidente?... está aí?
- Pronto, já fechei as janelas. Queres que
corra os cortinados também?
- (...dasssss, cum cara...ooo)
Sr. Presidente... sente-se, ok? Está a ver
aquela cruzinha em cima, no lado direito?
- Não tenho cá cruzes no Gabinete...
- (...dasss ...dasss ...dassss) Sr.
Presidente, olha para a porra do monitor e veja se me consegue ao menos dizer
isto: - o que é que diz na parte de baixo do écran?
- Samsung.
- Eh, pá! Vá pró cara...ooo ó sr.
Presidente.............
- Nuno? Nuno?
'Tá lá?... poooorrrrraaaa o que é que lhe deu?... Desligou...
Zé Caçador Out/2014
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