No tempo da
ditadura o slogan universitário mais comum dos estudantes progressistas era o
famigerado: “ para ser burro, basta ser de direita”. Muitos dos que gritavam assim,
são agora uns grandes burros e beneficiam com isso.
Portas veio hoje
dizer que: " é injusto responsabilizar na mesma medida o sector público e o sector
privado pelo défice". Esta separação é tão absurda que não resiste a um pequeno
ensaio de contradições:
1º- O poder
político foi sempre exercido esmagadoramente por indivíduos provenientes do
sector privado e bancário.
2º- O défice
público resultou das políticas que foram sendo implementadas pelos executivos e
de acordo com interesses partidários e pouco nacionais.
3º- O caso do
BPN é paradigmático, o prejuízo para o país resulta da acção de personalidades
que nada tinham a ver com o poder público, excepto quando participaram em
executivos partidários e disso se serviram para montar a maior burla financeira
de que há memória.
4º- O caso dos
submarinos é outro exemplo do desmando público provocado por responsáveis que
não eram funcionários públicos.
5º- O investimento
público foi em muitos casos, suporte para o enriquecimento de empresas e agentes privados, sem que o interesse nacional tenha sido acautelado. As famosas PPP, são o exemplo acabado dessa incúria levada a
cabo por responsáveis de governos de diferente cor partidária.
Em síntese, o
sector público foi sistematicamente campo de recolha de recursos para engordar
alguns agentes do sector privado. Vir agora acusar o Estado de má gestão, é
omitir os agentes dessa má gestão. Basta ver os cargos que os responsáveis desse
défice ocupam, para se perceber bem a delapidação e os beneficiários. O Estado
é um conceito abstracto, que se utiliza conforme a conveniência do momento, mas
se fosse possível apresentar culpados dos défices, muito poucos serão
funcionários do Estado.
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