PEC-Programa de Esfriamento e Congelamento
A aprovação prevista para este mês do PEC- Programa de Esfriamento e Congelamento, tem levado a uma corrida invulgar junto dos construtores de congeladores. Recolhemos a opinião de Seruca Frio, industrial do sector, sobre o impacto do PEC.
R- É claro que acolhemos com grande regozijo o programa. Os congelamentos previstos são tantos, que estamos a trabalhar a 3 turnos, para responder aos pedidos.
P- Mas as encomendas são mais do sector público ou do privado ?
R- Felizmente vêm de todos os quadrantes. Do Estado chegam-nos pedidos para congelação de admissões, salários, promoções, prémios, despesas, etc. Têm de ser modelos feitos à medida, pois é tão diversificada a gama de congelamentos, que temos de adaptar os nossos modelos às temperaturas de cada caso.
P- Das empresas públicas também?
R- Não, das empresas públicas ainda não temos pedidos. Concerteza como se trata de um pequeno congelamento nos prémios, não terão necessidade. Os pequenos frigoríficos são suficientes para o esfriamento previsto.
P-As instituições bancárias também encomendaram congeladoras?
R- Não, curiosamente foi junto do nosso departamento de caloríferos que tivemos várias encomendas. Deduzimos que as instituições bancárias, vão inclusive reforçar o aquecimento, talvez nos prémios, bónus e afins.
P-E o sector privado, como está a reagir?
R- O sector privado há já bastante tempo que está em processo de congelamento. Temos muitos pedidos de grandes congeladoras para o sector, mas as seguradoras de crédito têm concedido pouco apoio e não podemos correr riscos. Mas para acorrer a essas dificuldades, temos também a funcionar uma fábrica de gelo, que tem ajudado as empresas, que não tendo meios para adquirir congeladoras, congelam salários, pagamentos de impostos, bancos, segurança social, fornecedores, etc., no gelo, por nós fornecido em bidons especiais.
P-A Assembleia da República e os órgãos de representação do Estado, também encomendam?
R- Não temos conhecimento de congelamentos nesse segmento, apesar de termos uma política agressiva para esses órgãos, com um produto apropriado e com preços muito estimulantes, ainda não conseguimos penetrar nesse mercado. A AR, a PR e o Governo não têm tradição de congelamentos e tem sido muito difícil lidar com essa realidade.
P- Mas com essa potência de frio instalada, não é expectável alguma alteração climática?
R- É evidente que com tanto congelamento, é natural que o país vá esfriar, estamos a prever um abaixamento da temperatura. Mas isso não depende de nós…
P- Sabemos que desenvolveram um projecto para congelamento de pessoas, que está concluído, fale-nos sobre isso.
R- Na realidade criamos umas congeladoras PERSONAL - ICE, que são equipamentos para congelar pessoas durante 15 anos. Temos várias encomendas de particulares, instituições, empresas e organizações. O problema é o armazenamento dos congelados e a respectiva manutenção. A maioria dos clientes pretende que nos responsabilizemos pelos congelados e isso é um óbice à comercialização. A ASAE tem de se pronunciar, pois a validade para os congelados ultrapassa o que está regulamentado.
Por outro lado o número de pedidos de pessoas a congelar é tão elevado, que não temos capacidade de resposta.
P- Dê-nos um número.
R- Só nas autarquias temos cerca de 35.000 pedidos de congelamento de autarcas, entre freguesias, concelhos e câmaras.
P- Políticos também?
R- Temos pedidos para um congelamento geral…mas não temos capacidade de fabrico para tanta gente…vamos numa primeira fase congelar cerca de 5.000 unidades, entre membros do governo, deputados, assessores, membros das oposições, comentadores, analistas, etc.
P- Os reformados também vão ter congelamentos. Devem ter um mercado alargado ?
R- Construímos umas arcas congeladoras especiais para reformados. Pouco consumo e recorrendo às energias renováveis. Criamos um sistema de aluguer, por um período de 5 anos, que se pode alargar até 10, caso resistam aos primeiros 5 anos de congelamento, o que se prevê como pouco provável. É um sistema que pensamos eficaz e que está preparado para baixíssimas temperaturas, que poderá atingir – 50 º , no caso das reformas mais baixas.
P- O Programa de Esfriamento e Congelamento pode ser uma lufada de ar fresco para o sector...
R- Lufada não... é o descongelamento do sector...Como sabe, estava tudo sobreaquecido, ninguém congelava....nós somos o sector de contraciclo...quando os outros aquecem....nós congelamos.....quando todos congelam...nós aquecemos...
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