A Alemanha nunca
deixará cair o euro, o problema é que demorou tanto tempo para abrir os cordões
à bolsa que vai-lhe sair mais caro…muito mais caro.
Os alemães são a
seguir à China os maiores exportadores do planeta, com uma população de cerca
de 80 milhões, domina económica e financeiramente um aglomerado de 500 milhões
que é a U.E. Mesmo numa época de crise que parece devastar os países do sul, a Alemanha
aumentou as exportações em mais de 7 % no passado mês de Junho, comparado com o mesmo mês do ano anterior. Dos cerca de 95 mil milhões de euros de negócio com o exterior,
54 mil milhões foram para outros países da União Europeia, portanto mais de 55 %.
Os parceiros atrapalhados são os melhores clientes dos alemães. A crise é
vizinha do lado, mas os germânicos sabem (75 %) que o apagão do euro,
implicaria uma recessão de 10 % na economia alemã e uma taxa de desemprego a
triplicar a actual.
A crise
controlada serve às mil maravilhas a estratégia alemã: enfraquecimento da
concorrência através das subida das taxas de juro que tiram competitividade ao preço dos produtos;
menor custo do financiamento da dívida pública (taxa negativa) que advém da
incerteza nos países em dificuldade; debilidade do euro que torna as
exportações alemãs mais apetecíveis e por fim mas não menos importante, a hegemonia
sobre o maior bloco comercial do mundo.
A ambição já
matou muitas galinhas de ovos de ouro e o esticar da corda sobre os países em
dificuldade, com austeridades sucessivas para travar subitamente o que os
alemães durante anos alimentaram e incentivaram aos seus clientes: o aumento do
endividamento externo e um virar de costas aos crescentes défices públicos e
não é preciso ir mais longe, basta lembrar a bonomia da Sra. Merkel com o Eng.º
Sócrates, -excelente cliente dos produtos da Baviera-, sem que se lhe
conhecesse qualquer chamada de atenção em tempo útil sobre os défices
excessivos, caso contrário ter-se-ia oposto à venda dos submarinos a Portugal,
mas dizíamos nós, que a ambição poderá acabar numa derrocada geral, caso a
Alemanha não abra os cordões à bolsa, o que naturalmente não vai acontecer,
pois a 12 de Setembro o Tribunal Constitucional Alemão deverá aprovar o MEE-Mecanismo
Europeu de Estabilidade, instrumento considerado fundamental para evitar
maiores danos na fragilizada economia da zona euro.
A clientela está
em apuros e o fornecedor tem de apoiar, caso contrário vai ter de vender para
outras bandas, mas parece pouco provável a compensação de uma perda tão importante
do mercado.
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