ATÉ TU MEU FILHO BRUTUS


A capitulação da política perante o capital é total e absoluta.
A democracia é desmantelada dia a dia inexoravelmente, chegando-se ao cúmulo do antes nunca visto:  POLÍTICOS A FALAR VERDADE.
Quem antes ousasse dizer o que diz Passos Coelho, que é um mero juiz de falências encartado, era corrido no dia seguinte. Um primeiro ministro que aprova um orçamento numa 3 ª feira e na 4ª avisa de que será necessário mais medidas de austeridade para o cumprir, define bem a personalidade que por erro de casting lidera o país.
São erros de casting a mais para um país tão pequeno. O 1º ainda disfarçou no princípio, este nem antes era confiável. A coisa foi-lhe parar à mão, para mal dos portugueses, porque ninguém do seu partido com estaleca para o lugar, quis arriscar.
Percebe-se que o homem de Massamá, de política percebe pouco, não é corajoso, ajoelha-se aos poderosos e chicoteia os fracos. Não tem qualquer rebuço em aproveitar-se da situação para falar verdade, segundo dizem os seguidores, mas nada dizem sobre as mentiras que foi propagando na campanha eleitoral. Chegado ao poder,  fez tudo ao contrário do que se tinha comprometido. Dizia ele que conhecia bem a situação do país e que não haveria surpresas, pois dominava o quadro económico e financeiro de Portugal. Então não dominava....
O poder do capital é este mesmo, chega ao desplante de liquidar a essência da política, que é a aldrabice.
Para os políticos é oiro sobre azul, não têm de prometer nada de bom e fazer ainda menos, só têm de assustar, só têm de dizer que amanhã ainda vai ser pior, para que os do costume suportem melhor o castigo de hoje e o que se lhe vai seguir.
Parece uma verdade heróica, mas não é, é uma verdade cobarde, é a verdade que podem desferir porque não provém deles, vem do poder de que são meros empregados. Executam religiosamente as ordens de quem mais ordena.
O Governo não tem qualquer capacidade de gerir o negócio, trata-se de uma filial que apenas executa as orientações que lhe vão chegando da sede. É uma verdade insofismável e incontornável, mas não é coragem, é cobardia.
O mesmo não se pode dizer do ministro das Finanças, um monetarista convicto, mas que tem discurso político e goste-se ou não se goste, é coerente e eficaz na acção. O verdadeiro líder do Governo é Gaspar, Passos é isso mesmo...passa e por aí se fica.
Neste combate que se pensava duro, o capital aniquilou facilmente as democracias a seu bel-prazer, mudou governos eleitoralmente (Portugal e Espanha) e outros nem a isso chegaram, mas já partiram (Itália e Grécia).
A América que estava a sentir umas comichões com o euro, não precisou de grande espalhafato para pôr tudo no sítio. “ Até tu meu filho Brutus?”

Sem comentários:

Enviar um comentário